Já faz algum tempo que o bitcoin é uma notícia relevante. Não precisa pesquisar muito para se deparar com algo falando sobre o seu alto valor, ou sua queda e instabilidade. Mas o que poucos sabem é como ele transformou a maneira de tratar e armazenar dados e informações.
Para quem está um pouco distante do mundo digital, bitcoin é uma moeda totalmente digital, sem banco que a controle. Não é a moeda de nenhum país, o que pode surpreender quando constatamos que atualmente seu valor está perto dos R$ 66.500,00 (valor atualizado em 20/10/2020).
O bitcoin vem se desenvolvendo desde 2008, criado a partir da publicação do artigo “Bitcoin: A Peer-to-Peer Eletronic Cash System”, por Satoshi Nakamoto.
Eram poucos os estabelecimentos digitais que aceitavam essa nova criptomoeda como pagamento, sendo que seu valor era baixíssimo. E um número ainda menor de pessoas tinham ouvido falar do Blockchain, que era a tecnologia criada para fazer o bitcoin funcionar.
Com o passar dos anos, o seu valor subiu consideravelmente, alcançando patamares impressionantes. Muitas pessoas se surpreenderam com o seu sucesso, trazendo o assunto para as conversamos com os amigos ou mesmo planejando comprar um “pouco” de bitcoin.
Assim como qualquer outra criptomoeda, o bitcoin tem uma corrente de blocos que anda juntamente a ele. Cada bloco dessa corrente é uma transação realizada com a moeda, contendo suas informações em ordem cronológica. Seguindo a ordenação dos blocos, verifica-se que um bloco aponta diretamente para o anterior.
E isso tudo é verificado por todos os usuários presentes e disponíveis na rede para garantir a sua autenticidade e veracidade.
“Para usar uma analogia básica, é mais fácil roubar um cookie de um pote, mantido em um lugar isolado, do que roubá-lo de um pote mantido em um mercado, sendo observado por milhares de pessoas”. (Crosby, Nachiappan, e outros, 2016).
E é isso que faz a segurança do Blockchain ser algo excepcional e única.
Pode não parecer muita coisa, mas o modelo de armazenamento de informações junto com a autenticação em massa na rede cria um modelo impenetrável e 100% seguro, onde cada autenticação é feita apenas se o bloco anterior for válido.
E não se prende apenas ao modelo Descentralizado utilizado nas criptomoedas.
Esse modelo Descentralizado de informações significa que qualquer entidade pode verificar a transação e aprová-la, sem nenhum pré-requisito a não ser o próprio sistema monetário utilizado. Esse ato de confirmar as transações é conhecido como “mineração de bitcoin”, que não tem muito a ver com minerar e sim com aprovar as transações efetuadas no mundo.
Para efeitos de comparação, verificamos que o nosso modelo atual de controle monetário é Centralizado, no qual os bancos são as instituições escolhidas para controlar o nosso dinheiro. Eles guardam, atestam e confirmam entradas e saídas, emitindo sempre uma verificação a cada transação.
Então, vamos pensar em um caminho que o bitcoin faz, quando alguém se torna disponível para realizar uma transação:
1 – É criada a necessidade dessa transação, seja enviar dinheiro ou comprar algum produto. Então, a “Pessoa A” levanta a mão e fala que quer mandar um pouco do seu dinheiro para a “Pessoa B”;
2 – Todas as informações dessa transação são inseridas nesse bloco, pois ele tem um modelo padrão de “cabeçalho” contendo as informações de maneira otimizada. E no seu corpo vem o hash da transação, que é o código único representando as informações;
3 – Todos os membros disponíveis fazem a verificação dessa transação. Olham a carteira da “Pessoa A” e confirmam se há o dinheiro disponível desta transação. Depois, olham para a “Pessoa B” e verificam se ele existe e está de acordo. A seguir, verificam se as informações passadas no bloco condizem com sua corrente de informações;
4 – Essas entidades validam a transação e dizem se ela é verdadeira;
5 – O novo bloco criado é anexado ao anterior, entrando assim na corrente de informações verdadeiras e registrando o novo proprietário do valor;
6 – Por fim, a “Pessoa B” recebe o dinheiro em sua conta, podendo realizar outro processo de transação com a moeda.
Percebe-se que as pessoas começaram a olhar para essa nova tecnologia e vislumbrar um mundo de possibilidades e aplicações. Assim, é comum que quando você vai fazer um exame médico, por exemplo, seja emitido um código para acessar e consultar o resultado posteriormente. Esse código provavelmente é uma junção de todas as informações relevantes do seu cadastro, como, por exemplo, qual foi o exame solicitado, o nome do médico, o horário agendado, entre outras informações. Tudo aparece junto, criptografado e anexado ao seu histórico de exames.
Dessa forma, pode-se dizer que o Blockchain é, de forma resumida, uma tecnologia 100% eficaz no armazenamento de dados, capaz de verificar qualquer falha em sua corrente de informações. As entidades disponíveis na rede fazem o trabalho de verificação das transações, evitando quaisquer erros ou tentativas de fraude.
No próximo post, dentro ainda do assunto Blockchain, iremos falar um pouco mais sobre os modelos Descentralizado e Centralizado. E também iremos abordar um outro modelo chamado Distribuído, e suas incríveis aplicações no âmbito empresarial.
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